Nem todo mundo é como a gente
Nem todo mundo é como a gente,
Mundo plural e singular.
Mas de que importa o diferente?
De que importa o igual ausente?
Se a gente pode e quer amar
E se entregar ao bom do agora,
Mesmo um agora não pra sempre,
Então me diz, porque a demora?
O bom da vida é partilhar!
O diferente é diferente,
Às vezes frustra, a machucar,
Outras fascina, encanta (mente?)
E o bom se engana, quase sempre,
Acha que o outro é bom, é par.
Nada a esperar, o outro é o outro,
E eu? Sou ânsia de encontrar
No outro os meus valores pulcros,
Pra na harmonia me entregar.
Nem todo mundo é como a gente,
Nem todo outro é bom, é par.
Que também eu sou diferente,
Um desatino, um divergente,
Um fogo em água, a terra em ar.
Bora entregar-se ao bom do agora,
Mesmo um momento, um triz fugaz,
O eterno instante, um já que aflora:
O bom da vida é partilhar!