Não
Eu não vou ter a sensação de dançar numa festa sobre mim
Eu não vou ter a sensação de ter um diploma na mão
Jamais terei o misticismo de um curumim
Jamais terei um sonho de verão
Não lembrarei dos dias de copo na mão
No meio da rua, na escuridão
Onde larguei me às traças
E nas ideias perdidas ao léu
Dormirei com aquela sensação de ressaca moral
Duma vespertina crise existencial
Embalada numa superpopulação mundial
Cravado nos bailes da vida, dos quais não me recordei
Vivendo no abismo existencial
Percebo mais uma vez
Que alegria vai e vem
E que a tristeza, a insônia, o desengano, o desalento, o desencanto, a morte, a vida, o sonho perdido, o pão mofado, o destino incerto, a via de mão dupla, o acidente, a vida por um fio, a vida na cama de hospital... ufa. Por fim, sempre será normal