Na porta de casa
Na porta de casa
o silêncio repete
o não dito abafado
pelas vozes secas
ouvidas apenas
não absorvidas
pelo coração que
fechou-se por tempo
indeterminado
até que, pelo menos
uma metáfora venha
animar um suspiro
entrecortado
por um olhar sincero
que deixaria
saudades tantas
que a lembrança
da despedida
se torna um borrão
artístico e compreendido
pelos que olham
a vida imitável
da porta de casa.