Há crianças perdidas
Na dor da amargura, na angústia que prende a foice ao corpo, encontram-se perdidas, crianças!
Lamentando o fim de mais um dia.
Pois os dias de criança passam ligeiro;
Quando se dão conta ao olhar pela fresta da porta, já se foi um ano inteiro.
Contudo, nunca há quem se perca da infância!
Há quem se esconda na ganância ou nos deveres da vida.
Tristes são, porém, as crianças perdidas.
Que não são mais crianças, mas que dentre as várias circunstâncias se chocam consigo;
Se encontram nos lamentos, na dor de uma despedida.
E os que estão a sua volta não percebem, não escutam.
Não vêem que no olhar maduro se esconde um ser pequenino e inseguro.
Esperando a coragem de escolher, assim como Shakespeare ao dizer:
"Ser ou não ser? Eis a questão!"...