Segue a correnteza
Segue a correnteza! Segue para lugar nenhum;
E carrega quem nela persegue, o caminho para lugar algum;
Seguem as coisas que se deixam levar pelo Rio;
Segue timoneiro, o gracejo do desejo, para o vazio;
Segue sem deixar estagnar: dores, alegrias, tristezas e fantasias;
Vão-se na inconstância que move a natureza de encontro às demasias;
Seguem também esses meus versos
Vão-se embora, se perdem na mente dos dispersos;
Talvez os venham resgatar nos momentos incertos;
Eu também me vou, como tudo seguindo a correnteza;
Me resta apenas escrever e refletir, sobre a dor, o devir e a natureza.