Alimento
É sempre a dor
Em muitos pratos repartida
E para que não se perca em desalento
Vai continuamente colorindo a vida
É com a dor
que se ressignifica
se reintegra
se identifica
Com algo ou alguém
que nem se imaginava
Pois essa dor transfigurada
Faz-nos avançar pela estrada
Do mistério
Com o mesmo espanto
E algum medo
Mas, ao mesmo tempo, dispostos
a desbravar o seu segredo
A dor de se saber precário,
Sentir-se passageiro
Nesse tempo ligeiro
E que nos recompõe
Para que se viva por inteiro