Sopro de vida
mundo vasto
perder é se encontrar
em toda essa imensidão
refletida em estado
espelho para se ver dado
aquilo que não é dito
mas, tão logo, visto
em bom tom, eu lhe canto
mundo grande esse
sentir é sinônimo de existir
eu me reconheço na diferença
única desigualdade digna a resistir
insiro-me no tocar o meu distante
exatamente, o que me aproxima
da natureza de ser livre
por um instante e por toda a vida
não ter asas é puro ponto de vista
levantar voo me distrai a ignorância
minha, das pessoas todas, do mundo
tal mundo extenso,
que me permite uma longa dança
desajeitado ou sincero, feito criança
é preciso se refazer em meio à tanta coisa
tontas coisas, coisas tontas, só coisas
avante, amor bonito
transparece em vivacidade colorida
lembranças de Almodóvar
ou de Kobra, sua sensibilidade florida
abraço meu mundo esplêndido
beijo minha paixão solene
digo, bem atenta, ao coração lá dentro:
querido mundo de gente.