Enfim
Encontrei.
Foi difícil, às vezes insuportável,
Mas sucedi.
O que, afinal, me veio ao encontro?
Quiçá nem eu saiba dizer.
Algo semelhante ao que eu imagino ser um caminho...
Não muito longo, mas talvez demande uma vida inteira.
Foi o mais curto que consegui.
[...]
Tortuoso esse caminho...
Não diria mais caminho, sim vereda.
[...]
Já me perdi nele, mas...
Eu não me importa mais.
Assim suporto.
[...]
Menos ainda saberei aonde vai me levar...
Talvez a algo semelhante ao que eu imagine ser Liberdade...
Ou Felicidade...
Até mesmo, talvez, a um outro caminho...
Mas, de forma alguma, à Verdade.
No entanto, o que esses são, afinal, se não caminhos também?
Talvez Deus ou o Diabo ousem responder!
[...]
O Tempo não importa mais.
Nunca deveria ter importado.
[...]
Não ligo mais para os antagonismos internos;
Esses que se danem!
Já não vou mais me danar.
[...]
Por toda uma vida me esgueirando entre veredas insólitas,
Enfim cheguei a algum lugar!
Pode parecer Lugar-Nenhum,
Mas para quem passou todo o tempo sem nada encontrar,
É um júbilo dignificante...
[...]
No fim desse caminho, a Dama de vestes Negras está...
Me esperando.
[...]
Eu sei que não tenho mais vida, mas...
De que importa?
O que me importa é que ouça:
Minha Canção Póstuma!
[...]
Ouvirá, de uma forma ou de outra...
Com ou sem vontade; estarei ao seu lado,
Recitando esses versos,
Perturbando sua Presença,
Ao som de uma sinfonia, de atmosfera fúnebre,
Mas que, na verdade, entoa a minha alegria!
[...]
Enfim vieste ao meu encontro...
Agora, cantemos juntos! Trilhemos o que resta em matéria de vereda!
Mas primeiro, conheça meus amigos: A Sombra e a Dama de vestes negras.
[...]
Dançávamos a Dança das Danças
Movimentávamos-nos no Éter.
Lampejos de escuridão nos envolviam.
[...]
O Universo se fundiu e se extinguiu em Nós.