Divagações
Eu sou um ser único com minhas inspirações e sentimentos.
Como todas as pessoas são; únicas.
Às vezes sinto-me diferente de algumas pessoas, parecida talvez.
Percebo situações e belezas que muitos não percebem.
Um dia nublado, o céu coberto de nuvens.
Pareço mais sensível.
Algo dentro de mim está propício ao amor.
Quero ouvir músicas relaxantes.
Fechar os olhos e refletir.
Quero observar a natureza.
E pensar, admirar, sonhar.
Eu sentada na calçada da rua e uma cadela conhecida veio até mim.
Os donos dela mudaram-se e a deixou na rua, juntamente com o seu filhote.
Às vezes coloco um pouco de ração e água para eles.
Ela oferece a cabeça para que eu passe a mão, abana um rabo, respirando calmamente pela boca parece sorrir.
Posso perceber a confiança dela através dos olhos expressivos.
Quanto sentimento naquele momento.
O filhote também se aproxima.
Converso com eles e eles seguem pela rua.
Vivendo da caridade das pessoas.
Eu já tenho um cão muito querido e não tenho condições financeiras, espaço e tempo para cuidar de mais dois. Às vezes ando pela rua vejo um cão maltratado, sofrendo e sofro também, não sei “o porquê” disso. E tenho uma filha que sente a mesma coisa. Ela já resgatou cães, cuidou e doou. Resgatou um gato dentro de um motor de carro, que tinha um miado sofrido. Juntamente com uma amiga ela deu banho e o alimentou, ofereceu muito carinho, levou ao veterinário e o adotou. Por causa do miado dele, recebeu o nome de Miu.
Eu não sei explicar, mas existem pessoas que parecem não ter sentimento.
Parece que não tem “calor humano”.
E como eu sou mãe e há dois anos sou avó do Miguel os amo incondicionalmente.
Com o amor sensual eu não tive sorte.
Os homens que cruzaram o meu caminho mentiram, traíram, acabou a confiança.
O importante para mim é que tenho amizades.
A fé em Deus ajuda-me a vencer a cada dia.
E sou feliz com o que tenho.
Nada possuo, porque um dia irei embora desse mundo e tudo ficará aqui.
Deixarei somente a minha essência e o que fiz.
Alguns amigos talvez se lembrem de mim, meus filhos e neto, netos, não sei se conhecerei mais algum.
E está bom assim.
Vou sentindo as pessoas, a natureza, as músicas, filmes, livros e escrevendo no Recanto das Letras as vezes.
Vou cuidando da minha saúde e vivendo enquanto der.
Nesse momento a paz está presente.
Silêncio.
Eu comigo mesma.
E uma força cósmica tomando conta do meu ser.