JÁ FAZ TEMPO...
Já faz tempo, que eu apenas sei falar, a língua dos que cruzam
E não existe mais uma ponte, entre os olhares que aqui estão
E eu me reinvento, agora, apenas entre os espaços vazios do céu
Pois nesse chão sem terra, nunca houve espaços para as sementes
O véu cinza entre os olhos, as muralhas entre os corpos
Os ventos fortes desse norte levaram o que nunca esteve
E a minha falta escorrem entre outras tantas vidas
Me calo perante o que foi dito, espaço entre o não ditado
Contradigo-me entre o que penso, o que sinto
Dessa natureza intima que transcende o falável
Restando na beira de mim, ansiando o barco para a longa travessia