Dueto atrevido e não autorizado com Ana Cristina Cesar
Olho muito tempo o corpo de um poema (poema de Ana Cristina Cesar)
olho muito tempo o corpo de um poema (ACC)
aquele que me invade, quase uma psicografia...
até perder de vista o que não seja corpo (ACC)
que me corre pelas veias até sair pelos poros
e sentir separado dentre os dentes (ACC)
um filete de sangue (ACC)
nas gengivas (ACC)
quentes pingos deste sangue-poema
transcrito em vermelho vivo
na brancura virgem do papel