Sonho
No meu sonho mui fabril
Construo perfeição divinal
Um mundo de sol primaveril
E felicidade sem igual
Na juventude fim não se vê
Energia torna às pernas cansadas
Correr livre no eterno amanhecer
Da existência paixão renovada
O calor me invade o coração
E ilumina radiante minha alma
Saído aos prados, sem direção
Euforia em jardins de pura calma
Árvores e frutas, explosão de cores
Pólen, pássaro, abelha, borboleta
Lanço-me sobre tapetes de flores
Afundo em piscina violeta
Nos meus sonhos, faço o que quiser
Pois da realidade totalmente esqueço
E de mim retiro uma bela mulher
Do meu lado, enquanto adormeço
E ela naquela piscina amo
Paixão de furiosa delicadeza
Cresce no peito, como um ramo
Àquela flor de única beleza
Mãos deslizam pelo corpo aveludado
Perfume exala do carnal estigma
Olhos vislumbram seu brilho perolado
E mergulho no profundo enigma
Daquela piscina de mulher e flor
Úmido orvalho violáceo
Onde afogo em meu próprio amor
E revivo no sonho opiáceo