A TUMBA DO MEU AVÔ
A maldade que carrego no peito
Encurvou-me as costas
E empapuçou meus olhos.
O ódio que levanto com as mãos
Quebrou meu braço
E afinou meus dedos.
O desprezo pela humanidade
Que amarrei nos tornozelos, arrasto por onde vou.
Um dia esse desprezo haverá de me ancorar
Na tumba do meu avô.
Só assim poderei ter paz.