CONSTRUÍRAM BARRAGENS EM NOSSOS RIOS

Construíram barragens em nossos rios

E não correm mais as águas

Ao livre fluxo das correntezas

Não há mais uma terceira margem

E essas barragens estão agora em nós

Entre as curvas dos nossos corpos

Entre as nascentes que nos unem

Entre as beiras que não mais mais visitamos

Estancado em amor retido, e sem potência

E há outros de nós que também tem sede

E esperam as águas correntes

Abramos as comportas

Deixemos que o amor volte a percorrer

A matar todas as sedes

Pois existe um mar distante

Que espera

Ao encontro uma eternidade.