PENUMBRA
Na penumbra dorme
as dores mais profundas
aquelas que rasgam a alma
que desviamos do olhar
para não chorar
e outras que temos de cremar
para só as cinzas ficar
logo a penumbra se esvai
pouco resta de luz
a noite chega
escurece de vez
as sombras se engrandecem
o silêncio se faz ouvir
a noite se apodera do dia
dorme-se para anestesiar
e não sentir a alma rasgar
o céu então
salpicado de estrelas
recolhe as dores
que teimam em retornar
tão logo o clarão do dia
se faz anunciar
e lá estão elas
prontas a nos açoitar!