Quintal

No quintal da antiga quinta

A vinha seca esmigalha-se

Na folhagem do outono espalha-se

Daquela brisa faz inverno

E comovida em ardor interno

Fez morada no velho estrado

Ali deixado em mal estado

Era berço de infância

Embalava os sonhos sem ganância

Hoje faz-se duro cerne da parreira

Que frutifica na beira

Da antiga namoradeira do quintal

Sem encerramento poético, afinal de contas, nas marcas minhas, contando-as ao espelho, não recordo ter sofrido antes de nascer, e tenho a assertiva convicção de que pelo sofrimento não perecerei depois de morrer.

Rafael Zafalon
Enviado por Rafael Zafalon em 02/09/2019
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