PASSOS NA MADRUGADA
São passos vagarosos
Melancólicos
Que debruçam na garoa
E esquecem o tempo perdido
Perdendo assim o resto do tempo
As folhas caem sobre o vento
E no contratempo
Eles choram pensamentos
São passos adormecidos
Que adormecem no leito das aguas
E se esquecem de correr
Para que correr?
Se na verdade perdi meu tempo
E o encontrei no esquecimento
Pois as estrelas olham e dizem:
“ Passos na madrugada,
Ela os recolheu
E só deixaram seus rastros
Que agora eu conto eles
Rabiscados na areia”
De quem os governa
Sobre uma cadeira de rodas