Medo em Poesia

Se a poesia encontra um jeito

É depois do verso feito

Que vamos comprovar

Se é possível retirar

De dentro do meu peito

As dores que no leito

Da minha alma vão deitar

A começar pelo medo

Que desde muito cedo

Em minha vida apareceu

Teimosia ali se deu

Até hoje se demora

Porque mesmo aqui e agora

No meu peito ele gemeu

Colocando no papel

E girando o carrossel

Das emoções que reprimi

E das dores que senti

Sem jamais jogar pra fora

Quem sabe em alguma hora

Não estarão mais ali

De onde será que vem

Sem perdoar ninguém

Esse medo tão cortante

No meu peito tão vibrante

Que gela o íntimo da alma

Que o coração não acalma

Um aperto quase constante

Às vezes até mesmo paralisa

Aparece onde não precisa

Cria o que não tem

Nem avisa quando vem

Tão pouco explica o motivo

De me tornar tão cativo

E ter medo não sei de quem

Mas não é que batendo de frente

Me dei conta de repente

Que é não tendo medo do medo

Que se descobre o grande segredo

Pois não negando o que se sente

Se planta uma semente

De coragem nesse enredo

Um aprendiz de rochedo.

Joaquim Távora - PR

01/09/2023

Alexandre de Toledo
Enviado por Alexandre de Toledo em 01/09/2019
Reeditado em 07/10/2023
Código do texto: T6734932
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