A Coruja

 
Ela me avistou ao longe e do alto senti que me seguia friamente

Com os seus enormes olhos ela permanecia estática e a me fitar

Eu na ilusão ótica, vislumbrei aquela ave encarando-me e triste!

Uma coruja na posição ereta, sem nenhum pio, apenas a me fitar.



Vigilantes aves que veem além da escuridão a beleza das almas

Andantes solitárias e distraídas que tropeçam nos vácuos e caem...

São as tiranas nostalgias fragmentando as saudosas puras almas

Olhares noturnos e através dos sóis elas giram e não se distraem.



Quando todos adormecem elas ampliam suas magias na escuridão

Espectros nas sombras não abalam as calmarias mudas e noturnas

Enxergam seus predadores ouvindo os sons, com máxima exatidão

Aves simbolizando a reflexão! Inteligências e sabedorias taciturnas.



No navio dos ventos, os fios de luz balançam e ela permanece assim

Convulsivo temor invade o meu corpo, calado torpor de sentimentos

Comprimindo em meu peito e com o olhar dela parei e permaneci ali

Apreciando-a sem prosseguir, absorta, poetizo em meus pensamentos.




Produção texto: Miriam Carmignan