O apelo da natureza
O clima tá quente
O clima tá quente
Olhemos para as matas
Olhemos para a dor
Da flora e da fauna
Olhemos ao redor
Todo o sofrimento
De um país
Que já ferve a séculos
E que hoje está morrendo
O clima tá quente
O clima tá quente
Neste momento
Lembro-me de Chico Mendes
E daqueles
Que como ele lutaram
Heróis da natureza
Todos pela mesma causa
Em defesa
Do meio ambiente
O clima tá quente
O clima tá quente
As florestas choram
Os animais correm
E a ignorância do homem
Prevalece sem cessar
Os rios correm às margens
Com tristeza
O som nas matas
Não é mais dos pássaros
O clima tá quente
O clima tá quente
Agora só restam estalos
Dentro das matas verdes
As queimadas se alastram
Gerando estragos
E o homem impune
Desmata pelo garimpo
Ateando fogo
No que há de vivo
O clima tá quente
O clima tá quente
Nem a chuva que chora
Consegue apagar a chama
A ganância humana
Não descansa
Quer mais pasto, mais soja
E mais grana
É xote de matança
Sob xote de matança
O clima tá quente
O clima tá quente
As florestas chorosas
Derramam sangue na terra
O holocausto é evidente
A injustiça permanente
Indígenas são assasinados
Enquanto o Governo
Encobre os fatos
Entregando nossas terras
Nas mãos dos culpados
O clima tá quente
O clima tá quente
A destruição avança
Na chama do ódio
São vidas sendo extintas
Na briga pelo pódio
Armamento, máquina
Moto-serra, trator
Ferramentas criadas
Pra matar e causar dor
O clima tá quente
O clima tá quente
O fogo queima
Mas também ilumina
Toda semente na terra
Se cuidada germina
Todo homem
De natureza necessita
Pois a natureza do homem
É a sua própria vida.