O apelo da natureza

O clima tá quente

O clima tá quente

Olhemos para as matas

Olhemos para a dor

Da flora e da fauna

Olhemos ao redor

Todo o sofrimento

De um país

Que já ferve a séculos

E que hoje está morrendo

O clima tá quente

O clima tá quente

Neste momento

Lembro-me de Chico Mendes

E daqueles

Que como ele lutaram

Heróis da natureza

Todos pela mesma causa

Em defesa

Do meio ambiente

O clima tá quente

O clima tá quente

As florestas choram

Os animais correm

E a ignorância do homem

Prevalece sem cessar

Os rios correm às margens

Com tristeza

O som nas matas

Não é mais dos pássaros

O clima tá quente

O clima tá quente

Agora só restam estalos

Dentro das matas verdes

As queimadas se alastram

Gerando estragos

E o homem impune

Desmata pelo garimpo

Ateando fogo

No que há de vivo

O clima tá quente

O clima tá quente

Nem a chuva que chora

Consegue apagar a chama

A ganância humana

Não descansa

Quer mais pasto, mais soja

E mais grana

É xote de matança

Sob xote de matança

O clima tá quente

O clima tá quente

As florestas chorosas

Derramam sangue na terra

O holocausto é evidente

A injustiça permanente

Indígenas são assasinados

Enquanto o Governo

Encobre os fatos

Entregando nossas terras

Nas mãos dos culpados

O clima tá quente

O clima tá quente

A destruição avança

Na chama do ódio

São vidas sendo extintas

Na briga pelo pódio

Armamento, máquina

Moto-serra, trator

Ferramentas criadas

Pra matar e causar dor

O clima tá quente

O clima tá quente

O fogo queima

Mas também ilumina

Toda semente na terra

Se cuidada germina

Todo homem

De natureza necessita

Pois a natureza do homem

É a sua própria vida.

Rafaela Romero
Enviado por Rafaela Romero em 20/08/2019
Código do texto: T6725097
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