MATRIX

Em volta da mesa, sedentos

Dosamos aos dias as magoas nos copos

As desnudas verdades vendidas

Fazem vermos a vida

Como se fossemos mortos

A pílula vermelha é sem volta

Já bebi minha cota

Já caí sem ter chão

Já comi o jantar preparado

Com deus e o diabo

Amassados no pão

Eu sinto os olhares oblíquos

Que refletem os abismos

Que a grana cavou

Motivos carregados de “ismos”

Não é pessimismo dizer que a festa acabou...

O futuro, fortuita quimera

Quem sabe a primavera*

Nos traga um verão

Já estamos condenados à vida

E é melhor desistirmos de uma absolvição.

(referência à primavera Árabe: foi uma onda revolucionária de manifestações e protestos que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África a partir de 18 de dezembro de 2010.)

Michael Thomaz
Enviado por Michael Thomaz em 18/08/2019
Reeditado em 24/03/2024
Código do texto: T6723158
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