A MOÇA NA JANELA

Passo em frente ao prédio

E te vejo em tédio

A espiar a rua...

Coberta pelo edredom

Só escuto o tom

Da tu’alma nua...

Quer voar sobre a cidade

Muito longe das grades

Da faminta solidão...

Abre os braços e se atira

Como nota de uma lira

Que toca seu coração...

O alto está longe do asfalto

E antes chega do sapato o salto

E toca o chão e se espatifa...

Do céu longínquo vem

Como um ligeiro trem

O grito da lua...

Ainda bem que é sonho

E neste poema ponho

O que é pura invenção...

Ela ainda esta na janela

Sabendo que a vida é bela

O resto é imaginação...