NÃO SEJA DE NINGUÉM, MAS SAIBA SER DE VOCÊ
Muitos falam não querer mais nada sério com ninguém
Geralmente um público bem neurótico que sofria desdém
Onde não foi nada interessante essa sua experiência afetiva
Bradando pelos cantos essa alforria que lhe devolve alma viva
Mas será que isso não é só momento de traumas ou decepção
Pois a primeira coisa que muitos fazem é caírem na curtição
Sair com amigos e bagaceira é logo provável experiência
Mas no fim amizade ou zueira só aumenta a carência
E a coisa começa maltratar quando se parte para show
Inevitável não relembrar as relações que lhe rasgou
Aquelas músicas que só estimulam ter um amor
E depois de doses pega qualquer enganador
Se tentar refugiar o sentimento em alguma igreja
Só vai anestesiar aquilo que o coração ainda almeja
Será até bom usar a espiritualidade para se organizar
Mas não reprima muito tudo que o íntimo lhe faz gritar
Complicado quem sofreu administrar afetivamente sua vida
Principalmente quando se adotam o extremo como saída
Essas instantâneas formulas de alegria só faz camuflar
Oceanos de sentimentos sem saber aonde desaguar
Então a ideia que bate é procurar logo uma válvula de escape
A emenda pode sair pior do que o soneto já diz o poeta Bocage
Somos sempre um conjunto de emoções nunca tão harmoniosas
Isso é inerente da raça esses deslizes de reações bem conflituosas
Logo viver tal divina comédia humana como diz Belchior
Precisa-se saber como vir direcionar essa vida melhor
E esse momento sem “amarras” é um grande teste
Desse caminho que cada um agora mais investe