NÃO SEJA DE NINGUÉM, MAS SAIBA SER DE VOCÊ

Muitos falam não querer mais nada sério com ninguém

Geralmente um público bem neurótico que sofria desdém

Onde não foi nada interessante essa sua experiência afetiva

Bradando pelos cantos essa alforria que lhe devolve alma viva

Mas será que isso não é só momento de traumas ou decepção

Pois a primeira coisa que muitos fazem é caírem na curtição

Sair com amigos e bagaceira é logo provável experiência

Mas no fim amizade ou zueira só aumenta a carência

E a coisa começa maltratar quando se parte para show

Inevitável não relembrar as relações que lhe rasgou

Aquelas músicas que só estimulam ter um amor

E depois de doses pega qualquer enganador

Se tentar refugiar o sentimento em alguma igreja

Só vai anestesiar aquilo que o coração ainda almeja

Será até bom usar a espiritualidade para se organizar

Mas não reprima muito tudo que o íntimo lhe faz gritar

Complicado quem sofreu administrar afetivamente sua vida

Principalmente quando se adotam o extremo como saída

Essas instantâneas formulas de alegria só faz camuflar

Oceanos de sentimentos sem saber aonde desaguar

Então a ideia que bate é procurar logo uma válvula de escape

A emenda pode sair pior do que o soneto já diz o poeta Bocage

Somos sempre um conjunto de emoções nunca tão harmoniosas

Isso é inerente da raça esses deslizes de reações bem conflituosas

Logo viver tal divina comédia humana como diz Belchior

Precisa-se saber como vir direcionar essa vida melhor

E esse momento sem “amarras” é um grande teste

Desse caminho que cada um agora mais investe

FERNANDO ARÁBIA
Enviado por FERNANDO ARÁBIA em 13/08/2019
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