Verso humano
Goles de cerveja
e retratos de carne e ossos
(mais ossos)
a esbanjar o fim de eras e mitologias
enquanto a praça simplesmente adormece.
Meu sistema nervoso central esbanja anandamida,
meus moleques do pátio central entoam
uivos de fome, morte, vida e oferenda,
pacotes humanos sob estalar de trovões.
Trovões de chumbo!
Goles de cerveja e seios fartos e excitados
enfeitam meu mundo, reluzem em meu olhar,
enobrecem minha putaria de conhecedor
dos pais, dos nossos, de outrem.
Caminha tranquila a sociedade morta
em seus acessos de louvor e fúria.
Corre.
Come.
Carne.
Cristo...
Que será de tanta fé?
Que será de tanto amor?
Goles de cerveja e o silêncio do córtex pré-frontal:
Aqui jaz.
Verso humano