QUANDO O SOL DE CASA SAI

Quem sabe um dia

o meu cesto vazio

se encha de poesia

e eu nem sinta frio

minh'alma vazia

ria como ri um rio

com peixes na bacia

eu apanhe o fio

que estende a alegria

e juntos possamos plantar

uma roça de mares sob o luar...

Quem sabe possa eu

me afastar do breu

e contemplar a luminosidade

que cobre toda a cidade

quando o sol de casa sai

e sobre nós estende seus raios

como um brilhante hai-kai...

Quem sabe um filamento

ou então uma taça vazia

se encha de puro vento

trazido pela poesia...

Quem sabe a aurora

traga um novo amanhecer

sem relógio sem hora

e que acordemos desse adormecer...