Do Prólogo ao Ápice
Do Prólogo ao Ápice
Vejo de longe os campos de flores e rosas,
Consigo, ao ver elas, sonhar com plantas e prosas,
Eu gosto de falar delas, pois me lembra o amar e as floras,
Em ligação com minha alma, sempre me abrem portas.
Eu corro e concorro com outros aquele alto pico,
Subo escadas e trilho vias ásperas e espinhosas,
Para alcançar o troféu, a dor me faz bico,
E aos meus olhos, todas as vias são sinuosas.
Meu pensar retorce a realidade e exala fraqueza,
Seria em mim, a falta de amor no peito?
Contudo, o mar ouve meu berro de dor sem beleza,
E grita pra mim, que devo andar sem medo.
Agora eu sei que a vida tem doce e é ruinosa,
Meu âmago sente que há algo a desonerar,
Não sei se é minhas sandálias rochosas,
Mas meu coração parece se deflagrar.
Tento abraçar aquele distante pináculo,
Porém até ele, eu provo frutas bonitas visualmente,
Mas elas me provam dando-me a podridão do seu fruto,
Para conseguir subir honestamente.
Outrora caí num buraco de lama,
Enquanto chegava perto do troféu,
Tropecei novamente perto da ponta,
Chorando já por estar quase ao céu.
Achei uma árvore que brotava água na subida,
Respirei, bebi com ânsia e descansei,
Caio e levanto, fome e farto desde a partida,
Pois eu consigo terminar o que comecei.
O que me acontece, acontece com todos,
Se o viver consiste em alcançar o alto,
Nada que faço é em vão como tolos,
Então continuo a trilhar com peito calmo.
Mas quando alcançarei aquele pico?
Essa resposta só eu a tenho.