SEM VENCIMENTO
Faz uma semana que te amo e duas que te odeio...
Farei um poema cheio de raiva e veneno,
colocarei doce de leite como recheio,
direi, a pulmão pleno,
que escoiceio
quando sou atingido por tanto desprezo,
salto como um cavalo sem freio
quando me atinge o medo
de viver nos cômodos da casa da solidão
pendurando quadros um tanto quanto feios,
outros mais ou menos, alguns não...
Faz um ano que te procuro,
o mesmo faz que se esconde,
seja no claro ou no escuro
procuro saber por onde
anda quando flana por aí,
se anda de metrô ou de bonde
ou se a pé como a fugir
do amor de sua vida,
pelas ruas a dividir
o prato de comida
que não quis comigo repartir...
O amor não tem data de vencimento,
dura o tanto quanto dura a paixão,
nem embolora, nem voa no vento
quando acampa no coração...