Corante

Fogo lindo

Morto vivo

Insiste em continuar insistindo

Além do alcance do meu crivo

Corrosão

Erosão

Perdição

Em meio à multidão

Perco-me de mim, ser são

Os galhos de meu tronco

Afundam em dor

Ao som do tambor

Ramos rimando ao rufor

Escravizam os galhos, sem uma gota de pudor

Assediam-los, cortam-os, lhes negam o amor

Brilho azul

Fogo cru

O incêndio que te antagoniza

É o meu ódio por tu

Ódio vermelho

Feliz em vê-lo

Abro sua tampa

Desejo que canta

Eu o derramo

Sentimento que amo

Joga-me em um canto

Desacerela o meu ano

E a combustão

Antes completa

Torna-se incompleta

Incompleta de todo o frio

Que me contamina

E que me contia

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 30/07/2019
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