Juventude transcendida
Lembro-me de coisas
Com formas estranhas.
Que no fundo do escuro
De mim saia.
Do muito que pensava
Quase nada resistia
Mudava como vento
Voava! Frágil pássaro.
A tudo pouco atento.
Era tudo sem jeito
Sem forma ou definição
Prendia-me tal pedra.
Mas de mim fugia razão.
Quando comecei a calma triscar.
Quis de novo voltar
ao centro da turbulência.
Bizarro?
Prazer do coração
Navegar na violência.
Hoje parece-me que fugiu
tudo que um dia sentiu
um acelerado coração
É tão sem fúria!
tão pouca emoção.
Mas gosto dessa calmaria.
Sei que não é mais
A do centro do furacão
Porque se ainda fosse
As músicas de hoje
Não teriam tão bela harmonia.
E de novo um recomeço
Um pouco mais contente
Depois dos mesmos tropeços
Verdadeiros amores, a frente.