O cintilante oscilar do viver
Ainda não sou forte para aceitar a morte
Eu sou a festa entre introversão e barulho
Não sou uma loteria jogada a sua sorte
Sou um poço de incerteza e mínimo orgulho
Se me perguntarem, "o que é a vida?"
É um fio...
Quando puxares demais, a existência sucumbe
Quando deixares parar, ela não modifica
E ela implica o resumo confesso da dor
Não se exige explicação complexa
A vida é essa coisa controversa
De virar as costas ou pedir perdão
De acenar ao acaso, não depender do sim
E não depender do não
Algumas quedas não fortalecem
Os rígidos músculos às vezes enfraquecem
O cérebro deixa de propagar intuições
E a falta de oxigênio nos desconecta
O pulsar resultante de uma procrastinação
E o apagar de corações que um dia
Eram valiosos como irônicas moedas
Não viemos com segunda chance
Não voltaremos com nenhuma coisa
A gente se vira em meio ao que crê
E a gente não crê em quase nada