VERDE POESIA
Quando ando pelo mato
descubro, de fato,
a sociedade da floresta
que se veste em ramas e atesta
o quanto somos dependentes
de suas comadres e parentes,
ciprestes, aroeiras, carnaúbas,
mato rasteiro, folhas de pele macia,
indescritível o sentir depois da chuva,
aroma transcendente de verde poesia...
Quando ando pelo mato
sempre olho pro alto
pra ver os macacos,
aí atesto, de fato,
o quanto é belo o sol no dia
em que escuto ao leste o boato
de que as raízes escrevem profundas poesias...