NARRATIVA NOTURNA

Lá está o ser...

Sobre o manto de uma noite qualquer

Acariciando a capa de um livro

Olhos fixos em sua caneca, indefinida lembrança

Percebe a lenta efusão de um chá qualquer

Observa a fumaça que se ergue e desaparece

Enquanto o líquido esfria..

Inevitável parâmetro,incontinente apresenta-se

Seu sentir, sua vida

Levanta-se por impulso, se vê em fuga

Acorre a janela, entre grades

Pensa na liberdade de uma poesia, notando o luar

Seria lindo exaltar o que por si já é belo? Desnecessário?

Seu olhar alcança a esquina, já íntima de seus passos

Sob uma marquise, outro ser envolto em roto cobertor

Noite, luar, poesia, liberdade, desesperança

Despedem-se sem encanto, enquanto encara a realidade

O que resta? Outra fuga?

Despe-se da visão, apaga a luz

Desiste da poesia, narrativa noturna

Antes de cerrar os olhos

trai o infortúnio da culpa.

HASCHEM
Enviado por HASCHEM em 18/06/2019
Reeditado em 19/06/2019
Código do texto: T6675897
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