Da série Rascunhos & Descartes do Desespero: O complexo da simplificação
Todos nós somos complexos
Mas queremos acreditar que não
Por isso nos dividem em grupos
E fazemos questão de não esquecer do desconforto que é a exclusão
Marcas almejam seu público
Tão diverso na sua unidade
Pais criam seus filhos
Mas, claro, sem favoritos
Viajamos sempre aos mesmos lugares
Paris está cheia da nossa submissão
O primeiro mundo do terceiro faz descaso
E o segundo dá as costas para o que está atrás
Sozinhos, planejamos o que fazer para não estar só
Juntos, nunca sobra tempo para se afiar
Afinal, tu é o espelho do qual não posso fugir
Minha roupa não é sob medida
Longe daqui não há ninguém como eu
Mas, ao mesmo tempo, são todos tão iguais
O celular na mão e o colar no pescoço
Porque todo mundo finge que realmente há regras
A etiqueta que não é da camisa
Sejamos sinceros, não precisa
Jeito tão esquisito de dizer: "Eu sou como você"
Sejamos todos diferentes
Há esqueço: a diferença so é válida quando vender é seu fim
E sua omissão, então? Vende ainda mais!
Dinheiro, pessoamente nada tenho contra
Provavelmente, as coisas estariam pior sem ele
Mas até quando nossas almas terão preço
Vende-se, afinal, simplificação?
Simples assim!?