TRUCULÊNCIA
O dia desperta,
Pisoteando com truculência as saudades que a noite deixou.
Ergue sua lança no espaço,
E mirando o horizonte, a arremete,
Rasgando as nuvens claras da manhã.
O percurso dessa lança será lembrança que a noite chorará,
Saudade que vai brotar de um dia que se foi,
Pessoas que se foram,
Momentos que não mais são.
E incontestavelmente, um outro dia chegará, rompendo o arrebol,
E pisará displicentemente as saudades decaídas,
Pois o dia vem dizer que viver é ir em frente,
Rasgando as nuvens claras e erguendo as mãos ao sol
Para que não sejam esmagadas,
Sobrepujando o que não mais cabe
Nas urgências desse dia.