Rasguei no peito

Vontade que não se calcula e se traduz

No querer estar só, sem explicação

No ser o basta em mim mesma

Em não ter qualquer obrigação

Faz tempo que quero descansar

Pôr meus olhos em repouso

A navegar na paz do breve tempo

Por mim, por amor

Ao que me prende e me faz soletrar

Tudo aquilo que não soube ficar, suportar

Mas, desde quando tudo, agora, importa?

Eu só carrego o mar

De alguns lugares comigo

E fora desse quarto no momento

O mundo é todo tanto faz

Veja, o jeito de errar é tão bonito

Faz provar aquilo que está vivo

E o planeta de cabeça para baixo

Mostra meu desvendar meio desajustado

Em nada acrescenta aquilo que me pesa

De agonia e que me cerca de desprezo

Sorte inalienável é a coragem

Que topa seguir a viagem

Do caminho que eu mesma abri

Digo, eu tenho o céu de junho - inteiro

Para dar o que tiver

Renascer de ré

E poder assoprar a vida aqui

Bem dentro do peito

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 10/06/2019
Reeditado em 10/06/2019
Código do texto: T6669171
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