Rasguei no peito
Vontade que não se calcula e se traduz
No querer estar só, sem explicação
No ser o basta em mim mesma
Em não ter qualquer obrigação
Faz tempo que quero descansar
Pôr meus olhos em repouso
A navegar na paz do breve tempo
Por mim, por amor
Ao que me prende e me faz soletrar
Tudo aquilo que não soube ficar, suportar
Mas, desde quando tudo, agora, importa?
Eu só carrego o mar
De alguns lugares comigo
E fora desse quarto no momento
O mundo é todo tanto faz
Veja, o jeito de errar é tão bonito
Faz provar aquilo que está vivo
E o planeta de cabeça para baixo
Mostra meu desvendar meio desajustado
Em nada acrescenta aquilo que me pesa
De agonia e que me cerca de desprezo
Sorte inalienável é a coragem
Que topa seguir a viagem
Do caminho que eu mesma abri
Digo, eu tenho o céu de junho - inteiro
Para dar o que tiver
Renascer de ré
E poder assoprar a vida aqui
Bem dentro do peito