Sem filtro
O nascer do sol será meu ocaso.
Ao raiar o dia não verei sua luz
Me cansei de tudo que vi
Nem a claridade me anima
A luz que entrará na minha janela
Não iluminará minh'alma;
Meu coração e minha mente.
Os pássaros cantarão em vão
Para meus ouvidos agora moucos.
As horas vão passando com desespero
Sem saber que eu mesmo findei meu tempo.
Ângulos retos, cantos mortos,
Suas coxas no colchão
Seus cabelos na fronha.
Nem isso me interessa
Tampouco me importa
Se o valor da minha se foi,
que direi da alheia?
Decisão tomada por mim.
E em mim somente.
Não quero ser semente,
Muito menos árvore.
Não se escondam na minha sombra,
estou para cair, para tombar.
Entre o pano de chão e a escova de dentes;
O beijo e a evacuação;
A carícia e a porretada;
Sushi e feijoada;
Não me encaixo em lugar nenhum.
Nunca entenderei a dor.
Não me entrego, apenas paro.