ANUNCIAÇÃO

Ah...fresca manhã além das guerras do Tio Sam,

este lançar-se do sol tão claro além do Bolsonaro,

a vida que nasce e nunca morre,

estar curado depois do porre,

manchado de tinta do jornal

lavar-se com mangueira no quintal,

afagar o cão que te dá boa companhia,

a mão do amor é que escreve a poesia...

Ah...dourada cachoeira em forma de chuva que cai,

quantas trincheiras, morros, becos, quantos ais,

a vida não estaciona e nem paga pedágio,

não se sabe de alguém que lhe pague ágio,

a morte sempre inventa um novo manual,

o tiro perdido, o espantalho, o policial,

atice tua imaginação e com ela a cria

que criaste com tua mão, a poesia...

Ah...vida que vem e vai sem anunciação;

ao que cessa surge a força de um novo coração...