A ALMA DA POESIA

Sempre fui o melhor amigo das palavras;

quando não tinha nada a dizer elas falavam...

Rompíamos o silêncio em busca de esclarecimentos,

se quiséssemos saber sobre voos perguntávamos ao vento,

em busca das horas perdidas conversávamos com o tempo,

ouvíamos o sussurrar das estrelas a qualquer momento...

Não há muito a dizer desde que inventaram a borracha;

choro e ressentimento povoaram tantas folhas vazias,

nascituros versos demolidos quando a mão se abaixa

e em repetidos movimentos apaga a alma da poesia...

Quando de algumas me lembro saio à varanda,

espio o o céu repleto delas, em celestes linhas escritas;

aquela poesia de menino pergunto por onde anda,

um anjo a escreve nas nuvens e o silêncio, suave, a recita...