ESTA MINHA POESIA
Rompei, oh coração,
esses grilhões que estão me atormentando,
dai-me a estrada por onde o sábio caminha
e o tolo mal consegue sair andando,
faz de mim o amor um servo feliz,
que carrega o fardo da vida
e mesmo assim sabe para onde ir,
vigia a porta por onde entra a solidão,
a janela que se abre a sentimentos vãos,
traz-me o consolo da esperança,
tornai-me, ao sentir, a criança
que saltava sobre poças
e espiava as moças
com seus risos de felicidade,
dai-me, se possível,
o âmago da verdade
que torna todo homem um ser confiável,
traga-me a taça em que beberei à saciedade
dando-me o descanso tão merecido,
eu, que tenho andando sobre o vidro
feito cacos, por um só breve instante
repara os danos neste ser cambaleante
pondo em mim o fogo terno da alegria,
só assim porei no papel esta minha poesia...