Ao ostracismo proclamado
Naquele poço tão sombrio
O criado, afônico, viu-o rompido
Nos urros do poeta prolixo
Num pranto ao seio, esboçado
Traçado gélido, instintivo
Um papel amassado
no fundo da lata de lixo
Sujo, coberto de bichos
ninguém sabe o que está escrito
Nele ao olho, nada é legível
Porém, o sentido é explícito
Um papel rasgado, expurgado
Esquecido por tudo e todos
O poema mais lindo do mundo.
Naquele poço tão sombrio
O criado, afônico, viu-o rompido
Nos urros do poeta prolixo
Num pranto ao seio, esboçado
Traçado gélido, instintivo
Um papel amassado
no fundo da lata de lixo
Sujo, coberto de bichos
ninguém sabe o que está escrito
Nele ao olho, nada é legível
Porém, o sentido é explícito
Um papel rasgado, expurgado
Esquecido por tudo e todos
O poema mais lindo do mundo.