AURORA BOREAL
Ah! Almejada liberdade, se me desses asas,
para voejar sobre o verdume dos prados
sentir o aroma da flor vermelha em brasas,
beijada pelo colibri e pelos cravos amados.
Ficar à espera do bruxelear das luzes no céu,
ao lado das aves encantadas em alegria dantesca
povoando esse pitoresco campo azul antes do breu
acenderia as estrelas em exaltação gigantesca.
Na madruga, embriagada de poesia e de paixão,
— minha alma despida de tristeza e solidão
singela na composição, de um versar solene
— seria a magia do violino que ressoa perene.
Na aurora que desprende-se do frio boreal,
— pincelaria no ar as cores hipnotizantes
— de um fenômeno contagiante e divinal
das regiões polares, aos olhares intrigantes.