DE MIM MESMO, ÀS VEZES...

Às vezes, de mim mesmo zombo,

Me domino por esse meu arrojo,

Me zombar, me xingar. sentir nojo,

Ao me mover entre meus escombros,

E me vejo engavetado em estojo,

Tais lápis pintando cores em adorno...

Minha vida, ela tem seus contornos,

Durante o verão, inverno e outono,

E à ela, na primavera me anteponho,

Porque preciso do seu sutil apoio

Para curtir os meus morais arrogos

Que acho serem imorais e loucos...

Vivendo sigo, entre uns e outros,

Tomando o meu café sempre morno,

Me cuidando em não ser estorvo

À outrens de meus confrontos,

E, me sentindo em abandono,

Sigo à frente do destino sem retorno...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 13/05/2019
Código do texto: T6645893
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