EM BUSCA DA VIDA

EM BUSCA DA VIDA

O brilho dos olhos se foi,

A linda esperança morreu,

Sonhos ficaram pra depois,

A alegria de viver se perdeu.

Um dia o sorriso existiu.

Outrora fora puro e lindo.

Mas aquele ser que sorriu

Hoje vive um sofrimento infindo.

A luz à distância apagou-se,

A escuridão encobriu o seu mundo,

Claro hoje somente tornou-se

A tristeza e o desespero profundo.

Buscou a luz nas carícias de outros seres,

Buscou a luz nos “amigos fieis”,

Buscou a luz na diversão, nos prazeres,

Mas só encontrou desilusões cruéis.

Em todo o lugar procurou

A felicidade encontrar,

De todas as formas tentou

A escuridão dissipar.

Buscou em religiões,

Em grupos de autoajuda tentou se apoiar

Festas, bares, espíritas reuniões,

Até de práticas ocultas chegou a participar.

Porém, em cada lugar que ía

Esperando se reerguer

Dentro de ti apenas diminuía

A esperança de voltar a viver.

O peso do fardo sobre os ombros seus,

Insistia dia a dia em aumentar,

Pois não conhecia a Deus

E que o Seu fardo é leve pra carregar.

Apesar dos erros e enganos

Continuou sua procura em vão.

Traçou metas, objetivos e planos,

Porém, só encontrou decepção.

Por caminhos tortuosos andou

Na esperança de encontrar a saída,

No mundo das drogas entrou

E do vício fez prisioneira sua vida.

Infiltrou-se no mundo do crime,

Tornou-se frio, impiedoso e cruel,

Aliou-se àquele que oprime

Os herdeiros do Reino do Céu.

Roubou, matou e feriu,

De todas as leis tornou-se infrator,

Trouxe infelicidade, aos outros e a si destruiu,

Entrou em um mundo sem som e sem cor.

Calculista, ladrão, assassino,

Traficante, drogado, bandido,

Ganhou respeito a preço de sangue,

Onde chegava era por todos temido.

Prostituiu-se, seu corpo vendeu,

Trocou o templo de Deus por dinheiro,

Destruiu a morada do Espírito, se perdeu.

Tornou-se impuro por inteiro.

Sob o domínio do príncipe deste mundo,

Tirou vidas, matou esperanças e sonhos,

Aquilo que era puro fez imundo,

Tornou-se carrasco, medonho.

Tomou a morte por sobrenome,

Fez do terror seu inseparável aliado,

Tornou-se um monstro, sombra de um homem

Que fora digno e humano no passado.

Fugia da justiça, do juízo humano,

Em esgotos com ratos se escondeu,

Tornou-se fétido, insano,

Afastou-se completamente de Deus.

Prosseguia em aterrorizar

Seu próximo, seu semelhante,

Queria sua escuridão compartilhar

E não viver sozinho em suas trevas torturantes.

Suas astúcias sempre o livraram

Das mãos da justiça, do cumprimento da lei,

Mas do juízo divino elas não o salvaram

E chegou a sua hora de acertar as contas com O REI.

A justiça de DEUS, que excede a terrena,

Não aceitou seus subornos, as posses que despende,

Pois é limpa, verdadeira e plena.

Não se corrompe, não se compra e não se vende.

A mão de Deus pesou, então, sobre ti

Você debateu-se, revoltou-se e gritou,

Quis justificar-se: “Só fiz o que fiz porque deixei de sorrir”.

A pena total para seus crimes não aceitou.

Mas, pesando Deus um pouco mais Sua mão,

Repetiu a você o preço a pagar

Para receber o perdão

E dos seus erros se purificar.

Você ouviu a voz de Deus lhe dizer:

“Eis aqui o preço: sincero arrependimento”.

E decidiu sua vida submeter

Ao mais singelo e purificador tratamento.

Ergueu suas mãos para o céu,

Reconheceu sua condição de pecador,

E disse: “Ó, Deus, Emanuel,

Sejas Tu, meu Único Salvador!”

Neste momento o Senhor lhe tomou nos braços

E verteu o bálsamo sarando suas feridas,

Lhe curou, transformou, mudou os seus passos

E deu a você o direito à eterna vida.

Deus foi ao seu encontro

E lhe recebeu com amor

E num instante, de pronto,

Sua vida iluminou.

Devolveu a você o sorriso lindo

Que um dia tanto almejou,

Chegou com poder reconstruindo

Os sonhos e a vida que você buscou.

Lhe chamou: “Filho meu!”

Libertou, lhe recebeu,

Lhe amou, derramou

Por você o sangue Seu.

Deu-lhe novas e alvas vestes,

Calçou-lhe os pés, deu-lhe o anel,

Abriu-lhe as portas celestes,

Preparou-lhe morada no Céu.

Deu-lhe, porém, a incumbência

De seguir sempre a Jesus

E mostrar ao mundo a Essência

Da Verdade, da Vida e a Fonte da Luz,

Andando no caminho perfeito,

Sendo povo de Deus, especial,

Zeloso de boas obras, sem defeito,

Pronto para adentrar a mansão celestial.

“A verdade que liberta

O Senhor nos mandou anunciar,

Devemos, pois, viver sempre alertas,

Para que não venhamos, de mãos vazias,

A DEUS nos apresentar”.

Neuza Moreira, Vilhena/RO, In 18 de julho de 2007, na casa da minha mãe, entre a tarde e a noite.