DEPOIS DE TUDO
Ah caro Einstein,
que passe o tempo e eu dentro dele
não passe de um passageiro
acelerando o desvelo,
que mude as regras o pensamento
que viaja dentro
da imaginação,
crie o pouso onde tudo repousa,
a fórmula escrita na lousa
fecunde dentro do átomo,
repare a eternidade o erro de se acabar,
que não se faça de rio
buscando morrer no mar...
Ah caro Nietzsche,
que não me convidem ao enterro de Deus,
nem a chorar no túmulo do passado
onde cada homem fez de si
um semideus sem posses;
que eu saiba olhar o céu que não existe
e veja as estrelas que morreram;
então caminharei pelo vale de sombras,
anunciarei o super-homem revigorado,
voarei como os insetos voam,
sem direção calculada,
sem nenhum motivo,
sem destino...