Sempre nessa hora

Agora, aqui

Deitada em minha cama, penso

Olho para o céu com poucas estrelas

E o prédio, à frente, que arranha em altura

As nuvens preenchendo o breu

Ou a escuridão invadindo as nuvens

Estas condensadas que se deslocam sem rumo

E que, talvez, seja isso mesmo

Perspectivas em sua sina - fascina

Subitamente, penso na muda

E em como ela floresce em silêncio

No entre risos que secam a gota com sossego

Cresce em beleza e sem berros

Sabe a quem se revelar, ou a ninguém

Ela vai sempre além

Vive a singularidade em estação

Pertencente, breve e fugaz

Desse mundo, ela é capaz

Dou-me conta da história longa que sou

As linhas formadas no canto dos pretos olhos

Mostram o tempo que passa

Veloz e nomeando momentos

Olho, novamente, para o céu e cogito

Com vontade e com destreza

Quem me dera poder um dia

Ser a pequena estrela que brilha

Diante de um vasto universo perdido e afoito

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 30/04/2019
Reeditado em 30/04/2019
Código do texto: T6635556
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