A INVEJA
VERSOS DECASSÍLABOS
Cópia de habilidade das simbioses,
Eu e a profilaxia das viroses,
Afastamo-nos deste olho animal,
Que come a nossa paz pelas mucosas,
Mordendo-nos com pálpebras gulosas,
Olhando-nos com boca sepulcral!
Ácido corrosivo das sicoses,
Em doses paliativas das morfoses,
Eu e meu lado pútrido humanal
Vítimas da energia laboriosa,
Suga-nos de maneira silenciosa,
Envolve-nos em seu vil ritual!
Cérbero a propagar vis cinomoses
Tricéfalo bestial em escleroses
Porteiro mordaz desta ânsia infernal:
A sorte alheia é tão perniciosa.
- Era minha esta vida venturosa!
Não deles! Esse bando de boçal!
A inveja empena a alma feito lordose...
É irmã da cobiça, e da esteatose,
E o terceiro pecado capital
Olha-nos de maneira rancorosa
Querendo o nosso mal em verso e prosa
Mas sempre a derrotamos no final.
Pois de um desejo, primo das psicoses,
No afago das pupilas em necroses,
Faz brotar da alma pus de angústia e fel;
Enquanto eu, no reflexo bom, na esquiva,
No bojo da sextilha em perspectiva,
Não ergo a espada e impreco o meu broquel!
Participações:
1° Sextilha: Fábio Rezende
2° Sextilha: Hélio J. Silva
3° Sextilha: Paulino Lima
4° Sextilha: José Rodrigues
5° Sextilha: Poeta Carioca