ESMALTE DO TEMPO

Momentos há que não sei quem sou...

Gretado qual terra seca, sou paspalho

A contracenar com os meus grisalhos

Diante dum memorial que fala do amor.

Híbridos instantes trazem perucas de vida

Que me exibem fachos de sutis anedotas,

Consuetudinária hipocrisia em que se notam

Do apêndice das lorotas, o devaneio suicida.

Meu tempo é incolor; as horas, acácias!

Estou moribundo perante máfia e audácias

Que descrevem da existência, fome e óbolo...

Sede do existir! Eis o sonho que contemplo,

Porém respirar tornou-se utopia e passatempo

Que cerceiam da consciência, o que for glóbulo!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 27/04/2019
Código do texto: T6633928
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