QUANDO

Quando eu não falar do amanhã

Quando a vida nos dividir, como caixas vazias

Quando eu puder te abraçar, e a tristeza parar de chorar

Quando o capitão fizer caridade, e a criança sorrir com vontade

Quando revelarem o nosso destino, e respeitarem o índio GALDINO

Quando o amor amar de verdade, e a felicidade não for a metade

Porque eu não posso ter suas virtudes, nem tão pouco ir lá amiúde

Se as nossas vidas tão parecidas, ou a despoetização tão relativa

Por tudo isso, perdoe-me pelo meu falar, crônico e cômico

É apenas a antecipação da rima, da falta de composição poética

do banalismo emocional que se apossou, das minhas ignóbeis ondas cerebrais.

SAILE LIMA
Enviado por SAILE LIMA em 19/04/2019
Reeditado em 23/04/2019
Código do texto: T6627026
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