QUANDO
Quando eu não falar do amanhã
Quando a vida nos dividir, como caixas vazias
Quando eu puder te abraçar, e a tristeza parar de chorar
Quando o capitão fizer caridade, e a criança sorrir com vontade
Quando revelarem o nosso destino, e respeitarem o índio GALDINO
Quando o amor amar de verdade, e a felicidade não for a metade
Porque eu não posso ter suas virtudes, nem tão pouco ir lá amiúde
Se as nossas vidas tão parecidas, ou a despoetização tão relativa
Por tudo isso, perdoe-me pelo meu falar, crônico e cômico
É apenas a antecipação da rima, da falta de composição poética
do banalismo emocional que se apossou, das minhas ignóbeis ondas cerebrais.