NEVOEIRO INTROSPECTO
Nesse percurso abstrato,
Ora fantasia,
Ora realidade,
Golpeou-me o espanto da visão medonha, nublada.
Jamais vi coisa tão parecida com a coisa,
Visto que coisa não tem significado,
Nem a vida em vida.
Formado ao frio das incertezas acumuladas,
Transfigurou-se meu pavor em nevoeiro,
No clima translúcido dessa estrada.
Frente a frente a névoa densa e enigmática
Que aos olhos da alma invade essa questão introspectiva
Do que haveria após a existência que se consumia na dúvida...
Nada! Nada via!
E havia quando eu menos sabia,
Sentido na loucura de ser racional.