HOMENS EM OBRA
Símios à esquerda,
homens à direita,
símios sem armas,
homens com espoletas,
juntos sem pensar,
cada um come a banana
de acordo com o seu paladar...
Sonhos ao centro,
tombados os pesadelos,
cessado todo movimento,
até do vento nos cabelos,
de caiaque desce o rio,
o macaco dentro ri,
o homem sente frio,
seu pelo a fugir...
Homens convidados,
macacos não,
homens pregados,
pregos nas mãos...
A raça não sabe,
não adivinha,
que o futuro não pesca
o peixe com linha,
tudo que nos sobra
são só premonições,
o homem é a própria obra,
enviesadas construções...